Criticas á Teoria da Deriva Continental

04-10-2011 09:08

Trabalho de pesquisa Sobre a Teoria da Deriva continental

 

O que é a teoria da deriva continental?
 

  A teoria da deriva continental foi uma hipótese proposta por Alfred wegener na segunda década do século XX. Esta teoria consiste na ideia que num passado de milhões de anos, todos os continentes da terra estiveram unidos num só, a Pangea. Rodeados por um único oceano, a pantalassa. Wegener chegou a esta conclusão após observar o recorte das costas do Atlântico, mais propriamente a costa africana e a sua congénere a América do Sul.

                     

                                      Fig. 1- Pangea e Pantalassa  (infoescola.com)

 Embora as evidências fossem claras para Wegner e este tivesse encontrado um conjunto de factores geofísicos, geológicos, paleontológicos, paleoclimáticos e geodésicos que apoiassem a sua teoria, não conseguiu dissipar a maior de todas as dúvidas, e a base de todas as criticas á sua proposta/teoria científica: Como se moveram os continentes?

 

 

 

 

Críticas à Teoria da Deriva dos Continentes

  Não obstante a coerência do seu modelo e a força dos seus argumentos, a teoria de Wegener não se conseguiu impor na comunidade científica.

  A principal crítica à deriva dos continentes foi o motor proposto para explicar o movimento dos continentes. A reconstituição do movimento de deriva dos continentes evidenciava que estes, ao longo dos tempos, se deslocaram rumo ao Equador numa translação em direcção a oeste. Wegener propôs, então, dois tipos de forças responsáveis por estes movimentos.

  O movimento de rotação da Terra origina uma força centrífuga que, em conjugação com a força de atracção gravítica, origina uma força - que Wegener designou  polflucht - dirigida para o Equador, responsável pela deslocação, nesta direcção, dos continentes.

   Por sua vez, o movimento continental na direcção oeste era justificado, por Wegener, pela força de atracção exercida pelo Sol e pela Lua.

   No modelo de Wegener, o substrato de cima, sobre o qual assentavam os continentes, comportava-se ao longo dos tempos geológicos como um líquido muito viscoso, permitindo a sua deriva continental por acção das forças acima descritas.

 

 

  Contudo, a quantificação destas forças revelou magnitudes insuficientes para accionar a deriva dos continentes. 

 

  Um grande opositor da deriva continental - o reconhecido físico e matemático Harold Jeffreys - demonstrou matematicamente que as forças sugeridas por Wegener como responsáveis pela deslocação dos continentes teriam de ser multiplicadas por IO a fim de poderem desempenhar tal papel.                                          

 

                                           

   

              Fig.2 Harold Jeffreys (28 Abril 1891- 18 Março 1989; Retirado da Wikipédia)

  Os demais argumentos apresentados por Wegener também foram rebatidos.

  Relativamente aos argumentos paleontológicos, os detractores da teoria afirmavam que a ser possível a deriva a partir da fragmentação de um supercontinente, então seriam encontrados muitos mais exemplares fósseis de espécies de ambos os lados do Atlântico.

  Por outro lado, a flora de Glossopteris, referida por Wegener para justificar a união dos continentes no hemisfério sul, também foi encontrada na Sibéria, no hemisfério norte.

  Em relação aos argumentos geológicos, os opositores de Wegener defendiam que a correspondência entre as costas do Atlântico não era tão efectiva como ele referia.

 

  Existiram críticos que sugeriram mesmo uma distorção na forma dos continentes e das formações montanhosas de ambos os lados do Atlântico a fim de justificar a sua ligação no passado.

 

  Uma questão também insistentemente colocada foi: "Por que razão a Pangeia iniciou subitamente um processo de fragmentação?".

 

  Em 1930, Wegener voltou à Gronelândia com o objectivo de esclarecer estas ambiguidades e de confirmar o deslocamento horizontal; porém, veio a morrer durante esta expedição.

 

 

 

 

E afinal wegener tinha razão..

 

 

 Após a Segunda Guerra Mundial, as tecnologias desenvolvidas para operações militares em meio marinho, como, por exemplo, a detecção de submarinos através de sonares, foram sendo progressivamente postas à disposição da comunidade científica civil.

 

  Este facto permitiu, na década de 50, a aquisição de importantes conhecimentos sobre a composição e a morfologia dos fundos oceânicos de tal modo que, no início da década de 60, os novos dados científicos convergiam, de modo bastante nítido, para a recuperação da velha Teoria da Deriva Continental de Wegener. Essa década foi caracterizada por uma euforia no meio científico, com a realização de centenas de expedições marinhas cujos dados apoiavam, de forma consistente, a mobilidade continental ao longo dos tempos geológicos.

 

  De entre esses dados, destacam-se os relacionados com a morfologia das bacias oceânicas, nas quais se identificaram as maiores cordilheiras montanhosas da Terra e o magnetismo das rochas dos fundos oceânicos.